Chacina de Unaí, que chocou o Brasil em 2004, tem desdobramento com prisão em Nova Petrópolis

Nesta quarta-feira à tarde, a Polícia Civil de Nova Petrópolis prendeu Norberto Mânica (foto no detalhe), foragido há muitos anos e condenado por ser um dos mandantes da Chacina de Unaí, que ocorreu no estado de Minas Gerais em 2004 e teve repercussão nacional. Na ocasião, os auditores do trabalho Nelson José da Silva, João Batista Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira faziam uma operação de fiscalização de trabalho em Unaí (município do noroeste de Minas Gerais, a 166 km de Brasília) quando, segundo a investigação do Ministério Público Federal, foram assassinados por Rogério Alan Rocha Rios e Erinaldo de Vasconcelos Silva. 
O primeiro julgamento só aconteceu nove anos depois do crime. Em 31 de agosto de 2013, três pistoleiros contratados para a matança foram julgados e culpados por um júri popular em Belo Horizonte. Outro julgamento, de um outro grupo de acusados, incluindo o dos irmãos Antério e Norberto Mânica, apontados como mandantes da chacina, não havia ocorrido até então, porque a defesa dos réus queria mudar o júri de Belo Horizonte para Unaí.
No 27 de maio de 2022, o ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, acusado de ser um dos mandantes da chacina na cidade, foi condenado a 64 anos de prisão, inicialmente em regime fechado. O resultado do julgamento foi realizado na sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte.
No 6 de setembro de 2022, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, reduzir as penas de três condenados. A Turma também rejeitou o pedido de execução provisória das penas.
No 12 de setembro de 2023, a Quinta Turma do STJ determinou a execução provisória das penas dos três réus condenados. No dia 16 de setembro de 2023, Antério Mânica se entregou na Polícia Federal de Brasília. No dia 13 de fevereiro de 2024, Hugo Pimenta, um dos mandantes do crime, foi preso com passaporte falso em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Norberto era, portanto, o último dos foragidos. Já anteriormente condenado, havia contra si um mandado de prisão expedido pela justiça mineira. A prisão dele ocorreu na localidade de Linha Araripe, em Nova Petrópolis. Ele foi condenado a 64 anos de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha, conforme decidido em sentença transitada em julgado. O crime, motivado pela fiscalização de condições análogas à escravidão em propriedades rurais, chocou o país pela sua violência e premeditação.
As investigações da Delegacia de Nova Petrópolis apontaram que Norberto poderia estar escondido no interior do município, em região de divisa com Gramado/RS. Durante a operação, o foragido foi localizado e preso sem oferecer resistência. Inicialmente, estava sem documentos e tentou ocultar sua identidade, fornecendo informações falsas. Todavia, após diligências e confronto de dados, confessou ser o procurado pela Justiça.
A prisão representa um importante desdobramento para o cumprimento da pena imposta pela Justiça e reforça o compromisso da Polícia Civil do Rio Grande do Sul na localização e captura de foragidos de alta periculosidade. Norberto Mânica será transferido para o sistema prisional para iniciar o cumprimento da pena determinada judicialmente.

Foto: Samuel Goldbeck/JNP

Foto no detalhe: Reprodução

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